Em Buenos Aires, atrás da Casa Rosada, sede do
governo argentino, há um monumento a Cristovão Colombo, o “descobridor” da
América.
O governo nacional deseja retirar o monumento
do local e mudá-lo para Mar del Plata, cidade litorânea ao sul da capital
argentina. No local do atual monumento, o governo da presidenta Cristina
Kirchner pretende colocar um em homenagem a Juana Azurduy, que lutou na guerra
de independência do Vice-Reinado do Prata.
Trata-se, portanto, de uma intensa releitura
da história argentina. Afinal, seria trocar um símbolo do hispanismo por um que
remete, justamente, à luta contra a Espanha.
Mas nem todos são a favor da mudança. A forte
comunidade italiana do país se manifestou contrária. Vale lembrar que Colombo
era genovês, de acordo com as versões mais recorrentes.
Além disso, o governo da cidade de Buenos
Aires, antikirchnerista, alega que o monumento não pertence ao governo nacional
e pretende mantê-lo onde está. O episódio é apenas mais um exemplo de como a
memória está diretamente relacionada ao presente, suas demandas e disputas.
Em tempo, o governo boliviano patrocinaria o
monumento a Juana Azurduy, que nasceu em La Plata, atual Sucre, na Bolívia.
Foto do Clarin mostra preparativos para a remoção do monumento. Nesta semana, a Justiça proibiu provisoriamente a retirada.
Na terça a prometida segunda postagem sobre Botero.
Prof. Paulo Renato da Silva.